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Ir. Matteo Ponteggia |
O Irmão é um homem que se angustia com as realidades
do mundo, procura dar um sentido à sua vida e àquela da maioria dos Filhos de
Deus. Mesmo como uma minoria, aqueles que optam pela vida consagrada como
Irmãos buscam dar um novo sabor à Vida Consagrada, desafiando os
homens de nosso tempo a viverem aquela experiência profunda de serem “sal com sabor” (Mt 5,13) e também “fermento que não só leveda, mas dá o sabor
à massa que se torna pão, que alimenta e salva vidas” (Lc 13,20). A figura
“enigmática” do homem consagrado é
uma resposta a tantos medos que surgem na sociedade e no mundo. A mística do
Irmão, responde perguntas paradas na garganta dos pobres, sufocadas por
desesperos e dores de perdas irreparáveis: a perda da dignidade humana, do
respeito pela vida. Seu estilo de amar é diferente, não busca aplausos, nem
pedestais, entrega-se, sem deixar-se possuir pela sede do poder ou coisa que o
valha.
O mundo hodierno tenta secularizar a vida, banalizar a
história, provocando nas pessoas uma sensação real de carência de vida, de
cultura e desejo. O Irmão é um homem que deseja, põe-se na brecha, protagoniza
o sonho e possibilita ao leigo
experimentar, não sem angústia,
mas com certeza, a beleza da contemplação do rosto de Cristo. Como Fénix, o
Leigo Consagrado, desafia a própria natureza das coisas e faz renascer das
cinzas a esperança daqueles que já não a tinham.
Ser religioso hoje não é fácil, porque lá onde o mundo
busca certeza, segurança e definição, o Irmão é a imagem da confiança, da fé, a
verdadeira imagem da “aposta”, do risco. O religioso Irmão propõe,
inclusive com o preço da própria vida, a mudança de parâmetros:
·
Onde prevalece a ganância e o desejo de lucro,
ele mostra que é possível viver a solidariedade
e a partilha;
·
Onde tudo parece não ter mais nenhum sentido, ele dá significado
a cada gesto em direção à vida;
·
Onde Deus
perdeu seu lugar, ele dá-Lhe a primazia
sobre as pessoas e as coisas;
·
Onde o ser humano tornou-se um mero objecto de lucro, ele desafia tudo e todos e se declara Irmão e vizinho;
·
Lá onde a sociedade tenta esquecer a vida, o homem, ele se faz memória, torna-se
presente, “capaz de falar à gente, de alcançar
o coração do homem, encontrando-o lá onde este se encontra (João Paulo II).
O Pe. Calábria neste sentido nos oferece uma imagem maravilhosa do Irmão Pobre
Servo: “ser como o sol que com seus raios penetra os lugares mais enlameados,
torna-os secos, sem se contaminar.
Apesar das estatísticas apontarem um número muito
baixo de Irmãos, e dos comentários que se fazem da figura do Irmão, este não se
constitui numa “pérola rara”, mas é Irmão entre os Irmãos.
Ir. Silvio da Silva
Bacana
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