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sábado, 29 de setembro de 2012

IRMÃOS DE FOGO

Ir. Matteo Ponteggia

O Irmão é um homem que se angustia com as realidades do mundo, procura dar um sentido à sua vida e àquela da maioria dos Filhos de Deus. Mesmo como uma minoria, aqueles que optam pela vida consagrada como Irmãos buscam dar um  novo sabor à Vida Consagrada, desafiando os homens de nosso tempo a viverem aquela experiência profunda de serem “sal com sabor” (Mt 5,13) e também “fermento que não só leveda, mas dá o sabor à massa que se torna pão, que alimenta e salva vidas” (Lc 13,20). A figura “enigmática” do homem consagrado é uma resposta a tantos medos que surgem na sociedade e no mundo. A mística do Irmão, responde perguntas paradas na garganta dos pobres, sufocadas por desesperos e dores de perdas irreparáveis: a perda da dignidade humana, do respeito pela vida. Seu estilo de amar é diferente, não busca aplausos, nem pedestais, entrega-se, sem deixar-se possuir pela sede do poder ou coisa que o valha.
O mundo hodierno tenta secularizar a vida, banalizar a história, provocando nas pessoas uma sensação real de carência de vida, de cultura e desejo. O Irmão é um homem que deseja, põe-se na brecha, protagoniza o sonho e possibilita ao leigo  experimentar, não sem  angústia, mas com certeza, a beleza da contemplação do rosto de Cristo. Como Fénix, o Leigo Consagrado, desafia a própria natureza das coisas e faz renascer das cinzas a esperança daqueles que já não a tinham.
Ser religioso hoje não é fácil, porque lá onde o mundo busca certeza, segurança e definição, o Irmão é a imagem da confiança, da fé, a verdadeira imagem da “aposta”, do risco. O religioso Irmão propõe, inclusive com o preço da própria vida, a mudança de parâmetros:
·      Onde  prevalece a ganância e o desejo de lucro, ele mostra que é possível viver a solidariedade e a partilha;
·      Onde  tudo parece não ter mais nenhum sentido, ele dá significado a cada gesto em direção à vida;
·      Onde  Deus perdeu seu lugar, ele dá-Lhe a primazia sobre as pessoas e as coisas;
·      Onde  o ser humano tornou-se um mero objecto de lucro, ele desafia tudo e todos e se declara Irmão e vizinho;
·      Lá  onde a sociedade tenta esquecer a vida, o homem, ele se faz memória, torna-se presente, “capaz de falar à gente, de alcançar o coração do homem, encontrando-o lá onde este se encontra (João Paulo II). O Pe. Calábria neste sentido nos oferece uma imagem maravilhosa do Irmão Pobre Servo: “ser como o sol que com seus raios penetra os lugares mais enlameados, torna-os secos, sem se contaminar.
Apesar das estatísticas apontarem um número muito baixo de Irmãos, e dos comentários que se fazem da figura do Irmão, este não se constitui numa “pérola rara”, mas é Irmão entre os Irmãos.
                                                                        Ir. Silvio da Silva



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